"Maldito Futebol Clube" (2009) é ao mesmo uma das únicas cinebiografias e um dos únicos filmes de esporte que eu gosto, e o melhor filme sobre futebol que eu já vi. O filme, dirigido por Tom Hooper antes do sucesso com "O Discurso do Rei" (2010), é baseado no livro de mesmo nome do autor David Peace, narrando a passagem mal-sucedida do técnico Brian Clough pelo Leeds United na década de 70 após seu sucesso com o pequeno clube Derby torná-lo famoso.
Interpretado por Michael Sheen, Clough é um dos técnicos mais famosos da história do futebol inglês, lembrado muitas vezes em associação a Robert Taylor, interpretado no filme por Timothy Spall, seu auxiliar técnico no Derby. Juntos, eles tiraram o Derby das últimas posições da segunda divisão e o levaram ao campeonato da primeira. Mas se separaram quando Clough aceitou o emprego no Leeds.
O livro do qual o filme se baseou não teve apoio da família Clough, que também não cooperou com o filme; alguns eventos do livro são contestados e foram considerados difamatórios, o filme, no entanto, amenizou o tom do livro.
O filme descreve uma admiração e richa que Clough tinha com Don Revie, seu antecessor no cargo de técnico no Leeds que deixou o clube para dirigir a seleção da Inglaterra. Clough se identificava com Revie por terem nascido na mesma cidade e jogado no mesmo time (não ao mesmo tempo) enquanto jogadores, mas era um forte crítico do estilo violento e desonesto de jogo do Leeds e da liderança de Revie. Tanto que, antes de assumir como técnico no Leeds, disse em entrevista, o que é retratado no filme, que os jogadores do Leeds podiam "jogar suas medalhas no lixo, porque elas não foram conquistadas de maneira justa".
Uma das razões do filme funcionar tão bem é porque ele não quer contar a história de vida do seu personagem desde que ele nasceu, ele faz recortes de dois momentos da longa carreira de Clough: como técnico do Derby e do Leeds, essa escolha normalmente faz filmes sobre pessoas reais serem bons. Apesar do filme perceptivelmente dramatizar a história além dos fatos, a personalidade excêntrica de Clough já rende bons momentos para o filme, como a sua estratégia "Jânio Quadros" de pedir demissão do Derby na esperança de se chamado de volta (assim como Jânio, não deu certo). O filme é cômico na medida certa com boas atuações dos atores principais - Sheen, Spall e ainda Jim Broadbent como o presidente do Derby. Sheen torna Clough multifacetado, apesar de fazer escolhas questionáveis, é possível entender a sua ambição, e respeitá-lo mesmo com as suas atitudes questionáveis.
Assim como alguns outros filmes sobre esportes conseguem empolgar por representar o esporte de forma semelhante a como assistimos ou até mesmo como é visto por quem o pratica, a exemplo da patinação em "Eu, Tonya" (2017), o boxe em "Touro Indomável" (1980) e em "Creed" (2015), "Maldito Futebol Clube" consegue transmitir o nervosismo e o delírio do esporte. Uma cena marcante é quando Clough, ainda no Derby, ganha uma suspensão e fica no vestiário durante o jogo, ele ouve a torcida comemorar um gol e não sabe de qual time foi, só quando o jogo termina e o time aparece com sorrisos que ele descobre o resultado.
Uma das razões do filme funcionar tão bem é porque ele não quer contar a história de vida do seu personagem desde que ele nasceu, ele faz recortes de dois momentos da longa carreira de Clough: como técnico do Derby e do Leeds, essa escolha normalmente faz filmes sobre pessoas reais serem bons. Apesar do filme perceptivelmente dramatizar a história além dos fatos, a personalidade excêntrica de Clough já rende bons momentos para o filme, como a sua estratégia "Jânio Quadros" de pedir demissão do Derby na esperança de se chamado de volta (assim como Jânio, não deu certo). O filme é cômico na medida certa com boas atuações dos atores principais - Sheen, Spall e ainda Jim Broadbent como o presidente do Derby. Sheen torna Clough multifacetado, apesar de fazer escolhas questionáveis, é possível entender a sua ambição, e respeitá-lo mesmo com as suas atitudes questionáveis.
Assim como alguns outros filmes sobre esportes conseguem empolgar por representar o esporte de forma semelhante a como assistimos ou até mesmo como é visto por quem o pratica, a exemplo da patinação em "Eu, Tonya" (2017), o boxe em "Touro Indomável" (1980) e em "Creed" (2015), "Maldito Futebol Clube" consegue transmitir o nervosismo e o delírio do esporte. Uma cena marcante é quando Clough, ainda no Derby, ganha uma suspensão e fica no vestiário durante o jogo, ele ouve a torcida comemorar um gol e não sabe de qual time foi, só quando o jogo termina e o time aparece com sorrisos que ele descobre o resultado.