domingo, 29 de novembro de 2015

Preconceito cinematográfico


  Ano passado, mais ou menos nesta mesma época, saiu uma lista dos atores mais lucrativos naquele ano. Claro que todos os atores da lista estavam envolvidos em algum blockbuster, Jennifer Lawrence estava no topo da lista por causa de "Jogos Vorazes - A Esperança, parte I" e "X-Men - Dias de um Futuro Esquecido" lançados no ano passado, seguida por Scarlett Johansson devido a "Capitão América - Soldado Invernal" e "Lucy" e a lista ainda tinha Chris Pratt por "Guardiões da Galáxia" e vários atores envolvidos em alguns dos maiores lançamentos do ano. O que me chateou foi ler nos comentários deste link que "o mal gosto é universal", "não entende como esse(a) fulano(a) faz sucesso", já considerando todos os filmes e seus atores mencionados na lista ruins. É claro que alguns filmes arrecadam bilhões e bilhões de dólares e são ruins, porém, o que é irônico é que a maioria dos filmes desta lista eram bons, "Guardiões da Galáxia" é um filme excelente! Assim como "X-Men - Dias de um Futuro Esquecido", o terceiro filme de "Jogos Vorazes" e o segundo capítulo de "Capitão América" (apesar de eu o achar um herói chatíssimo, o segundo filme da franquia está longe de ser um filme ruim).
  Este é só um exemplo da forma elitista que algumas pessoas veem o cinema, muitas pessoas só consideram arte as obras de Fellini, Truffaut, Bergman, etc..Ou os filmes independentes, ou os que são indicados ao Óscar. Assim que veem um filme sobre super heróis ou baseado em um livro infanto-juvenil de sucesso já acham que a história é idiota, os atores são ruins e as pessoas só os fazem pelo dinheiro. Tem até um nome para eles (ou ausência de um nome): eles não são "filmes sérios".
  Esta expressão "filme sério" é uma das mais idiotas que poderia existir. Para começar, os "filmes sérios" são do gênero drama, uma comédia ou um filme de ação não são "filmes sérios". Se você rir e se divertir, então não está vendo um "filme sério". É uma noção muito antiquada, lembrando a forma como os gregos valorizavam a tragédia em detrimento da comédia, para eles a tragédia "enobrece" e por essa razão a comédia sempre era apresentada antes das tragédias, como um "show de abertura". 
  Esta noção não é exclusiva do público, as próprias pessoas que trabalham com cinema muitas vezes expõe essa visão, como o diretor Alejandro G. Iñárritu que por meio do seu filme "Birdman" e em declarações se mostra muito crítico aos filmes de super herói, separando-os da "verdadeira arte". Em resposta, o diretor de "Guardiões da Galáxia" James Gunn escreveu um post no facebook dizendo:  " O que me incomoda um pouco é que muitas pessoas assumam que porque você faz filmes grandes, você coloca menos amor, carinho e atenção neles do que quem faz filmes independentes ou os filmes que são considerados mais sérios por Hollywood." Para mim está é uma ótima argumentação que diz que os filmes blockbuster tem o mesmo potencial de serem bons e são feitos com o mesmo cuidado e seriedade do que os "filmes sérios".
  Além de tudo, e o que eu acho que seja o melhor argumento para esta discussão é que você deve valorizar um filme pelo que ele propõe, não adianta querer de um filme de super herói a profundidade dos personagens dos filmes de Bergman quando o forte deles serão as cenas de ação e o carisma de seus personagens. O que os filmes de ação e aventura oferecem que os diferenciam dos outros gêneros é um universo de criatividade que envolve seus espectadores, fazendo-nos sonhar sobre Hogwarts, a Terra Média e como seria ter super poderes.

"The Knick"


  "The Knick" é uma série do canal pago americano Cinemax transmitida no Brasil pelo canal pago Max, criada por Steven Soderbergh. A série narra o cotidiano do hospital Knickerbocker em Nova York no começo do século XX. O personagem principal interpretado por Clive Owen em ótima atuação, Dr. John Thackery, é um cirurgião brilhante que sempre contribui com os conhecimentos sobre medicina da época com descobertas e inovações, porém, é viciado em cocaína e ópio. Após o suicídio do diretor de cirurgia do hospital, Thackery é efetivado ao cargo e a diretoria do hospital força a contratação do cirurgião Algernon Edwards (Andre Holland) como vice-diretor de cirurgia, um médico extremamente qualificado mas que sofre discriminação racial por ser negro.
  A série ainda não tem um grande público no Brasil, mas é muito boa, as cenas em que os personagens executam cirurgias são incríveis, o enredo interessantíssimo apresentando as diferenças da época para os dias de hoje (os atrasos da medicina, o fato de que cocaína era usada como anestésico e heroína usado no tratamento de dependentes químicos (what?! (você leu certo))). Além de tudo, conta com ótimas atuações de Clive Owen, Andre Holland e Eve Hewson, que interpreta uma jovem enfermeira e na vida real é filha de Bono Vox! E uma parte técnica incrível, figurinos, cenários e fotografias maravilhosos, como toda produção de época que se preze.


  Outros personagens importantes para a história são os administradores do hospital, que procuram atender uma clientela rica e tentam manter a qualidade do hospital, é muito interessante de se ver questões de conflitos raciais e ética médica inseridas na história, quando Edwards chega no hospital composto por médicos e pacientes brancos, ele abre uma clínica clandestina no porão do hospital para atender pacientes negros e também para poder exercer a profissão de médico, já que não era bem aceito pelos pacientes e os outros médicos do hospital. No sétimo episódio da primeira temporada, as tensões raciais chegam ao seu ápice quando a morte de um policial branco em uma briga com um negro gera inúmeros ataques a negros que ao serem admitidos no knick geram um motim ao hospital. 

 
Dr. Algernon Edwards interpretado por Andre Holland.

Herman Barrow, interpretado por Jeremy Bobb, administrador do hospital, e Cornelia Robertson, interpretada por Juliet Rylance, diretora de bem-estar social do hospital.
  
  Quanto a ética médica, é de se supor que na época em que a série se passa não existia um consenso sobre o que era certo ou errado para um médico fazer (apesar de algumas escolhas tomadas pelos médicos da série serem obviamente erradas) e assim testes eram feitos em pacientes e cadáveres eram usados para experimentos científicos sem autorização dos familiares (é até uma espécie de mercado negro na série, a venda de cadáveres), inclusive um desses testes em pacientes resulta na morte do mesmo. Dentro das atividades convencionais para a época, os métodos são interessantíssimos de se observar, quando uma paciente procura uma cirurgia para reconstituir seu nariz o procedimento requer que seu braço fique atrelado ao seu rosto, já que a pele usada para o novo nariz vem do braço, a elaboração do rosto da atriz sem o nariz por CGI (imagem gerada por computador) também é muito bem feita, ficando bem crível. 




   Então, está produção ainda sub reconhecida já tem vários motivos para merecer a atenção dos fãs das séries de TV, por ser uma série médica e de época gerando um enredo original que acompanhado de uma produção feita com esmero a torna uma série imperdível! Curiosidade: os primeiros episódios da primeira e da segunda temporadas estão disponíveis com legenda e na íntegra no canal do Max no youtube. É o canal do link abaixo.




quarta-feira, 4 de novembro de 2015

22 Melhores trilhas sonoras e temas do cinema.

  Alguns temas de filmes são tão marcantes que quando ouvidos lembram imediatamente a trama e os personagens do seu filme. Como pensar em Tubarão sem se lembrar do tum-tum-tum que tortura o público com tensão? E o que dizer sobre Let It Go que ficou na ponta da língua de todo mundo depois do sucesso de Frozen? Aqui vai uma lista dos temas marcantes e também daquelas trilhas sonoras belíssimas e envolventes.

O Poderoso Chefão




  A música tema de O Poderoso Chefão, além de marcar o filme e o subgênero de máfia como um todo, é uma bela música composta por Nino Rota e conduzida por Carlo Savina.


Rocky


  
  Este tema grita "superação", o que querer mais de um tema de filme do que a "musificação" da mensagem do filme?

Psicose



  Além de ser uma das maiores obras primas do suspense, o clássico de Hitchcock ainda conta com um dos temas mais marcantes e assustadores.

Tubarão




  Só de ouvir esta música já dá medo! Composta por John Williams, também compositor da trilha sonora de E.T.- O Extraterrestre, Star Wars, Jurassic Park e da maioria dos filmes da franquia Harry Potter.


E.T. - O Extraterrestre



  A linda história de amizade entre um extraterrestre e uma criança terráquea não teria um final tão emocionante sem este lindo tema!


Star Wars


  Ainda vamos ouvir muito esta música até dezembro, que como tudo em Star Wars, marca a cultura pop.

De volta para o futuro



  Quantos telejornais tocaram esta música no último dia 21 para prestar homenagem à trilogia De Volta para o Futuro? É uma música muito empolgante, sempre me lembra as cenas em que o Marty McFly anda de skate (com ou sem rodinhas) e quanto os filmes são divertidos.

O Exorcista

  O que é muitas vezes considerado o melhor filme de terror de todos os tempos só poderia ter um tema que acompanha o sentimento de suspense e de misticismo do filme.

Indiana Jones
  
  Mais um desses casos de música tema que captura o sentimento de ação e aventura de um filme e fica conhecida pela sua associação com o filme.

A Lista de Schindler

  A emocionante história verídica de Oskar Schindler contado no igualmente comovente drama de Segunda Guerra de Steven Spielberg conta com uma belíssima trilha sonora instrumental composta pelo violinista Itzek Perlman.


Pulp Fiction: Tempo de Violência

  Os filmes de Tarantino sempre têm suas trilhas sonoras elogiadas, destaco a de Pulp Fiction com a música de abertura (do vídeo acima) Misirlou de Dick Dane e a ótima Girl, You'll be a woman soon de Urge Overkill, que rende uma ótima cena de dança com a Uma Thurman.

Guardiões da Galáxia 



  A trilha sonora retrô de um dos sucessos recentes da Marvel surpreendeu ao colocar o álbum oficial no topo das paradas gringas. Hooked on a feeling do Blue Swede (que fica na cabeça de todo mundo) além de Cherry Bomb de The Runaways, I'm not in love de 10cc e I Want You Back do Jackson 5 são algumas músicas que fazem parte desta envolvente homenagem às músicas da década de 70. 

A Primeira Noite de um Homem


  A dupla Simon & Garfunkel, que fez muito sucesso na década de 60, compôs a trilha deste filme. A icônica cena final ficou marcada pela famosa música Mrs. Robinson da dupla, que foi regravada várias vezes, inclusive pelos Beatles.
  
(500) Dias com Ela

  Um filme altamente hipster com uma trilha sonora cheia de músicas indie fofas! Tem de The Smiths a Carla Bruni.

O Fabuloso Destino de Amélie Poulain





    Com um acordeão que sempre lembra a Montmartre do filme, a trilha sonora de O Fabuloso Destino de Amélie Poulain é cheia de músicas meigas e sensíveis como a personagem do filme.

Frozen


    O grande sucesso desta animação se deve muito às músicas incríveis cantadas por estrelas da Broadway como Idina Menzel, que dá voz a Elsa.

A Pequena Sereia



  Em nome de todos os desenhos animados dos quais as canções aprendemos a cantar na infância A Pequena Sereia entrou nesta lista. As animações da Disney rendem músicas maravilhosas e suas adaptações em português são tão boas quanto, como Aqui no mar, versão de Under the Sea.

Orgulho e Preconceito




  Orgulho e Preconceito é um exemplo de um filme que além do ótimo roteiro e das ótimas atuações conta com uma parte técnica incrível com ótima fotografia, figurinos, locações e, claro, trilha sonora. As músicas são tocadas em piano e foram compostas por Dario Marianelli, tocadas por Jean-Yves Thibaudet.

Jane Eyre



  Outra obra de Dario Marianelli, este adaptação do romance de Charlotte Brontë dirigida por Cary Joji Fukunaga também é um filme completo com seu roteiro, atuações, figurinos e fotografias de qualidade. As músicas instrumentais são bem dramáticas acompanhando o tom da história.

O Grande Hotel Budapeste



  A vencedora do Óscar de melhor trilha sonora este ano é um trabalho meiguíssimo de Alexandre Desplat que só poderia ser de um filme de Wes Anderson!

Cisne Negro



  Esta trilha sonora não foi composta originalmente para o filme, pois traz as belíssimas canções compostas por Tchaikovsky para o ballet no século XIX. Errata: Cisne Negro possui uma trilha sonora original, sim, ela foi composta por Clint Mansell, que se baseou em Tchaikovsky, além das músicas do próprio compositor russo usadas no filme.

Harry Potter


  Os filmes de Harry Potter sempre tiveram ótima produção técnica, tendo sido a música de muitos filmes composta por John Williams, já mencionado nesta lista e conhecido pela sua parceria com Steven Spielberg. Uma das minhas prediletas é Buckbeak's Flight de Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, que é tocada na bela cena do vídeo acima.

Anexo!

Os Embalos de Sábado à Noite


  Ao ritmo de Bee Gees, este clássico da era da discoteca tem uma das trilhas sonoras que melhor representa um momento da cultura pop. Além das dançinhas de John Travolta, claro.