sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Filmes de Natal


  Nesta época do ano de festas e reuniões familiares, não existe nada melhor do que assistir um bom filme de Natal com a família. Felizmente, existem várias opções de filmes meigos que exprimem o espírito natalino e te deixam no clima para as festas de final de ano.

Um Duende em Nova York


  Um dos filmes mais amados de Natal, "Um Duende em Nova York" conta a história de um órfão deixado na soleira do Papai Noel no Natal de 1973, sendo criado acreditando ser um duende (apesar da sua altura não sugerir o mesmo). Ao descobrir ser um humano, ele vai à Nova York a procura do seu pai biológico. Chegando lá na época do Natal, ele se mete em muitas situações engraçadas por levar o espírito natalino muito à sério, afinal ele foi criado acreditando ser um ajudante do Papai Noel. Dirigido por Jon Favreau, o filme conta com Will Ferrell no papel principal, e James Caan, Zooey Deschanel, Mary Steenburgen e um então desconhecido Peter Dinklage no resto do elenco.

                                                                "Ele é um impostor!"

A felicidade não se compra


  Lançado em 1946, "A felicidade não se compra" conta a história de um homem que decide se suicidar na véspera do Natal, mas um anjo aparece para ele e lhe mostra como seria a vida de todas as pessoas da sua cidade se ele nunca tivesse existido. Um filme que fala a todos, retratando o desespero de alguém que sente que não atingiu o que queria, mas que tudo pode ficar bem mesmo assim. Dirigido por Frank Capra e com James Stewart no papel principal.


O Expresso Polar


  Uma das primeiras animação feitas com captura de movimento, "O Expresso Polar", dirigido por Robert Zemeckis, se baseia no livro de mesmo nome lançado em 1985. Ele narra a história de um garoto que após duvidar a existência do Papai Noel descobre um trem indo em direção ao Polo Norte. Tom Hanks interpreta vários personagens do filme com adição de outros atores para a voz e modelagem dos personagens. 


O Estranho Mundo de Jack



  Outra animação de Natal, "O Estranho Mundo de Jack" foi lançado em 1993 sob direção de Tim Burton. O filme foi pensado inicialmente como um curta, mas quando Tim Burton entrou no projeto, ele foi feito como um longa. Nele, Jack Skellington vive na Cidade do Halloween, onde sempre é o centro das atenções nas festa de dia das bruxas, mas ao encontrar a Cidade do Natal, decide celebrar o Natal. O filme fez enorme sucesso comercial na época da sua estreia e até hoje é um filme muito popular.


O amor não tira férias


  
  Considerado um clássico de Natal moderno, "O amor não tira férias", dirigido por Nancy Meyers e lançado em 2006, conta a história de duas mulheres desiludidas com o amor que trocam de casas- uma mora na Inglaterra e a outro nos Estados Unidos- durante o Natal. Interpretadas por Kate Winslet e Cameron Diaz, o elenco também conta com Jude Law e Jack Black.


Esqueceram de mim



  Lançado em 1990, "Esqueceram de mim" se tornou imensamente popular contando a história de um menino esquecido em casa durante o Natal inventando as mais diversas armadilhas contra os ladrões que tentam roubar a casa. O filme tornou Macaulay Culkin um dos atores mirins mais conhecidos de sua época e passa nos canais de TV repetidamente desde então.


  Amor à primeira vista



  "Amor à primeira vista" não é a rigor um filme de Natal, mas é uma história que começa e termina em um Natal, ou seja, os personagens se conhecem e sua história tem um desfecho durante um período natalino. Nele, um homem e uma mulher se conhecem enquanto fazem compras de Natal para as suas respectivas famílias, eles desenvolvem a partir daí uma relação romântica problemática. Estrelado por Meryl Streep e Robert De Niro.



Apenas amigos



  Ryan Reynolds interpreta um homem que reencontra a sua antiga paixonite dos tempos de ensino médio, de quem era melhor amigo, ao retornar para a sua cidade natal durante o período de festas. A rejeição dela a fim de manter a amizade entre os dois na adolescência o motivou a perder peso e buscar uma carreira de sucesso como executivo do ramo musical.


O Grinch



  Lançamento em 2000, "O Grinch" conta a história de uma criatura verde que detesta o Natal e planeja arruiná-lo. Interpretado por Jim Carrey- Jack Nicholson e Eddie Murphy foram considerados para o papel antes- "O Grinch" foi um grande sucesso comercial e continua sendo um dos filmes de Natal mais populares até então, com inúmeras reprises nos canais de TV aberta.

                                                              "Ódio, ódio, ódio!"

Carol


  
  Não exatamente um filme de Natal, "Carol", dirigido por Todd Haynes, foi muito elogiado pelo seu aspecto visual e a beleza com que recriou a década de 1950. O filme começa em um período natalino, onde as duas personagens principais- que irão se envolver romanticamente- se conhecem em uma loja de departamentos onde uma é atendente e a outra faz suas compras de Natal. Durante grande parte do começo do filme, vê-se uma Nova York dos anos 1950 natalina, dando aquele espírito nostálgico que combina muito com este feriado.


Meninas Malvadas



  Outro filme que, mesmo sem ser um propriamente um filme de Natal, não podia deixar de ser mencionado devido a sua famosa coreografia de Natal. Em "Meninas Malvadas", uma comédia sobre uma menina africana indo para a escola pela primeira vez nos Estados Unidos, o grupo de meninas populares o qual ela passa a integrar tradicionalmente faz uma coreografia todos os anos na apresentação de talentos da escola. Assim como vários outros momentos do filme, esta cena ficou marcada e é sempre muito referenciada.


O blog sem nome deseja a todos um feliz Natal!





terça-feira, 13 de dezembro de 2016

O artista x a pessoa

  Existe uma dificuldade entre admiradores de diversas formas de arte em aceitar alguns fatos relacionados a vida dos seus ídolos. A verdade é que muitas pessoas prestigiadas em seus campos de trabalho não são respeitáveis, e nós queremos adorá-las pessoalmente, ou não conseguimos mais apreciar o trabalho delas- principalmente o de artistas, pois envolve sua subjetividade- após conhecer o lado obscuro de suas vidas. Este ano vimos várias pessoas prestigiadas no cinema terem suas reputações manchadas sqn por acusações chocantes. Talvez pela maior e mais rápida disseminação de notícias e uma consciência maior quanto a certas atitudes antes relevadas. No meio do ano, Johnny Depp foi acusado pela esposa de agressão física; recentemente, Bernardo Bertolucci admitiu que uma das cenas de sexo em "O Último Tango em Paris" foi feita sem o consentimento, ou conhecimento, da atriz Maria Schneider; dois cotados ao Oscar do próximo ano, o diretor Nate Parker e o ator Casey Affleck estão sendo atormentados por antigas acusações de estupro e assédio sexual. 

                                                         O diretor Bernardo Bertolucci.

  É importante entender que bom profissional não significa boa pessoa, o público precisa aceitar estas verdades e não ignorá-las, diminuir a seriedade delas ou negá-las apesar das evidências. A fama possibilita a sensacionalização desses casos, o que coloca dúvidas em alguns deles; mas celebridades são como qualquer outra pessoa, elas podem estar sendo falsamente acusadas, mas a maioria das acusações tem base. Não é errado querer continuar a apreciar o trabalhos deles, isso não significa diretamente que se está sendo conivente com estas atitudes. O único dever do público é condenar estas atitudes veemente.  
  Além do mais, como se percebe, muitos destes profissionais conseguem continuar suas carreiras sem maiores danos, o que prova como os crimes de que são acusados não são levados à sério. Assim, não podemos evitar discutir o machismo presente- não só nesses casos- pois a crimes como violência doméstica, estupro e assédio sexual ainda não é dada a devida seriedade. Se esses crimes fossem vistos com a gravidade que têm, será que tantos continuariam à ativa- muitas vezes recebendo louros- tão facilmente? 
  Outro aspecto é o prestígio, continuar a reconhecer seu trabalho é aceitável, mas aplaudir enquanto são homenageados? Não. Acho que Casey Affleck não deve ganhar o Oscar- que não é como um sabre de luz que sai voando em direção a seu dono legítimo. Outros atores sem acusações nauseantes de crimes no passado também renderam atuações merecedoras de Oscar este ano. E se Nate Parker teve o sucesso do seu filme vencedor do prêmio de Sundance, "O Nascimento de uma Nação", arruinado, por que Affleck continua no caminho para um Oscar? Talvez o fato dele ser branco, ter um sobrenome famoso e uma equipe de relações públicas fazendo de tudo para abafar os casos em que ele está envolvido tenha alguma coisa a ver.

                                                                        Casey Affleck.

                                                                         Nate Parker.
  No entanto, nem sempre é fácil julgar os artistas. Monteiro Lobato, escritor de enorme importância para a literatura brasileira, já foi muitas vezes acusado de racismo. Devido à sua relevância para a literatura, sempre saem em sua defesa quando o assunto é levantado, e com bons argumentos, ideias consideradas racistas hoje realmente eram aceitáveis antigamente. Porém, Lobato provadamente defendia o KKK (grupo americano que assassivana negros) e a eugenia (ciência que defendia a eliminação dos negros a partir da genética) e esses fatos são varridos para de baixo do tapete a fim de preservar o autor do "Sítio do Pica-pau Amarelo" como o mestre do pré-modernismo no Brasil. O biógrafo de Monteiro Lobato, Vladimir Sacchetta, admitiu que "a defesa do Ku Klux Klan é indefensável", mesmo falando em prol do autor.
  É possível reconhecer a importância de sua obra e lê-la sem negar estes fatos, pois ao ignorá-los se passa a mensagem que eles podem ser perdoados por causa do escritor que Lobato foi, ou que não são nada demais, quando representam um grande desajuste moral. Não querer ler suas obras e não gostar dele também é válido, a escolha de autores como clássicos não é factual, é possível estudar a literatura brasileira sem ler Monteiro Lobato.
  É muito triste quando alguém que nos inspira nos decepciona tão profundamente, mas nós temos que perder esta necessidade de amar as pessoas que admiramos e diferenciar o profissional do indivíduo. Suas obras podem continuar a nos agradar, mas não podemos perder o senso crítico que condena a pessoa por trás delas. Afinal, pessoas bem-sucedidas também podem ser pessoas horríveis.

                                                                     Monteiro Lobato.