"...E o vento levou" é o meu filme predileto de todos os tempos. É uma escolha difícil de fazer para qualquer cinéfilo, mas eu resumi as razões desta escolha em dois critérios: a qualidade do filme e o que ele significa para mim, apesar do segundo critério ser altamente pessoal, eu acho que este filme tem o potencial de ser significativo para qualquer pessoa que tenha a coragem de passar quase quatro horas o assistindo o assista.
Para começar, é um grande filme, não só em duração, mas em produção, temática e influência na história do cinema. Uma super produção para a época, que se tornou a maior bilheteria de todos os tempos até então ( e que em valores atuais continuaria sendo a maior bilheteria hoje, considerando que os 400 milhões de dólares que o filme arrecadou na época equivaleriam a 6,832 bilhões de dólares atuais, muito mais do que a maior bilheteria atual, de Avatar, com seus 2,78 bilhões de dólares arrecadados) valores inimaginavéis para época, assim como a quantidade de atrizes testadas para o papel de Scarlett O'Hara, 1.400, que acabou indo para Vivien Leigh e o número de figurantes usados, 2.400, quantidade que nem existia no Sindicato de Atores da época,
Deixando os números de lado, o filme foi feito em 1939. É a adaptação de um livro escrito por Margareth Mitchell - que lhe rendeu um prêmio Pullitzer - e foi dirigido por Victor Fleming. Ele conta a história de Scarlett O'Hara (Vivien Leigh), umapatricinha filha de fazendeiros na Georgia, estado no sul dos Estados Unidos em meados do século XIX (ou seja, prestes a Guerra Civil americana, que é representada no filme) que se apaixona por Ashley Wilkes (Leslie Howard). Este, porém, se casa com sua prima, Melanie Hamilton (Olivia De Havilland), iniciando um triângulo amoroso que dura o filme inteiro, sendo ainda completado por Rhett Butler (Clark Gable) que se apaixona por Scarlett (tornando um quadrado amoroso?) Os dramas pessoais desses personagens são interrompidos pela chegada da Guerra Civil, que afeta a vida de todos (evidentemente).
Uma das coisas que eu mais gosto do filme é o fato de ser um épico, gênero do qual não são mais feitas muitas produções. É um filme muito longo que acompanha vidas inteiras de seus personagens, tornando a história muito completa, sendo marcante a transformação sofrida por Scarlett: de uma moça privilegiada a uma mulher passando fome durante a guerra, até no final se tornar rica novamente. O relacionamento de Scarlett e Rhett também passa por uma evolução marcante, sendo como um ensaio sobre amor, relacionamento e tempo.
Os exageros do filme também não são à toa. O épico é de uma grandeza que continua a impressionar mesmo após 75 anos e depois de muitas mudanças tecnológicas na sociedade e na forma como os filmes são feitos. As cenas grandiosas, como o incêndio na escapada de Scarlett de Atlanta e a cena dos soldados feridos são impressionantes, além dos vestidos volumosos que se tornaram marca da moda de "...E o Vento Levou".
Deixando os números de lado, o filme foi feito em 1939. É a adaptação de um livro escrito por Margareth Mitchell - que lhe rendeu um prêmio Pullitzer - e foi dirigido por Victor Fleming. Ele conta a história de Scarlett O'Hara (Vivien Leigh), uma
Uma das coisas que eu mais gosto do filme é o fato de ser um épico, gênero do qual não são mais feitas muitas produções. É um filme muito longo que acompanha vidas inteiras de seus personagens, tornando a história muito completa, sendo marcante a transformação sofrida por Scarlett: de uma moça privilegiada a uma mulher passando fome durante a guerra, até no final se tornar rica novamente. O relacionamento de Scarlett e Rhett também passa por uma evolução marcante, sendo como um ensaio sobre amor, relacionamento e tempo.
Os exageros do filme também não são à toa. O épico é de uma grandeza que continua a impressionar mesmo após 75 anos e depois de muitas mudanças tecnológicas na sociedade e na forma como os filmes são feitos. As cenas grandiosas, como o incêndio na escapada de Scarlett de Atlanta e a cena dos soldados feridos são impressionantes, além dos vestidos volumosos que se tornaram marca da moda de "...E o Vento Levou".
Outra característica interessantíssima a respeito do filme é a personalidade marcante de Scarlett. Eu gosto de pensar que ela é uma típica vilã de novela sendo a personagem principal de sua própria história. Ela divide opiniões entre os espectadores por ter furado o olho se casado com o pretende da própria irmã para conseguir dinheiro para pagar os impostos sobre a sua fazenda. É manipuladora e não faz questão de ter a amizade das outras personagens femininas da história. Tudo me faz concluir que é uma personagem cheia de defeitos, bem diferente de idealizações românticas e que, mesmo sem gostar dela, o espectador tem que admitir e respeitar a sua força para superar adversidades. O fato dela passar o filme inteiro (e a sua vida inteira) apaixonada por um homem casado também me faz perdoar um pouco as atitudes dela (só um pouco).
O filme também tem controvérsias - o que é de se imaginar tendo sido feito na década de trinta e se passando durante a Guerra Civil no sul dos Estados Unidos. A película é frequentemente acusada de ser racista pela forma como os personagens negros, que na trama são escravos, são retratados. Ano passado, foi sugerido que o filme fosse banido pelo racismo e por retratar os confederados (os que durante a guerra ficaram do lado da escravidão) como bons e os "yankees" ( quem ficou contra a escravidão, que eram da região norte) como os inimigos. Eu considero que, para apreciar obras tão antigas, sempre se deve entender o contexto em que foi feita. Quase desisti de escrever este texto quando pesquisei "...E o Vento Levou" e racismo no google até me deparar com um texto que me pareceu ter uma visão muito sensata: negar o filme por ele nos lembrar da escravidão não resolve nada e não nos ajuda a superar o racismo. Também vale lembrar que atuação da atriz Hattie McDaniels como Mammy rendeu o primeiro prêmio Óscar a uma pessoa negra.
A bitch face da Scarlett.
A atriz Hattie McDaniels no papel de Mammy.
Então, o filme retrata amores não correspondidos, superação, perdas pessoais, relacionamentos e basicamente a passagem do tempo nas vidas de uma geração inteira, tendo tudo para que quem o assiste se identifique com seus personagens e sendo envolto de glamour antigo hollywoodiano atualmente tão resgatado pela cultura pop. Um verdadeiro clássico imortal.