domingo, 13 de dezembro de 2015

"...E o Vento Levou"


  "...E o vento levou" é o meu filme predileto de todos os tempos. É uma escolha difícil de fazer para qualquer cinéfilo, mas eu resumi as razões desta escolha em dois critérios: a qualidade do filme e o que ele significa para mim, apesar do segundo critério ser altamente pessoal, eu acho que este filme tem o potencial de ser significativo para qualquer pessoa que tenha a coragem de passar quase quatro horas o assistindo o assista.
  Para começar, é um grande filme, não só em duração, mas em produção, temática e influência na história do cinema. Uma super produção para a época, que se tornou a maior bilheteria de todos os tempos até então ( e que em valores atuais continuaria sendo a maior bilheteria hoje, considerando que os 400 milhões de dólares que o filme arrecadou na época equivaleriam a 6,832 bilhões de dólares atuais, muito mais do que a maior bilheteria atual, de Avatar, com seus 2,78 bilhões de dólares arrecadados) valores inimaginavéis para época, assim como a quantidade de atrizes testadas para o papel de Scarlett O'Hara, 1.400, que acabou indo para Vivien Leigh e o número de figurantes usados, 2.400, quantidade que nem existia no Sindicato de Atores da época,
  Deixando os números de lado, o filme foi feito em 1939. É a adaptação de um livro escrito por Margareth Mitchell - que lhe rendeu um prêmio Pullitzer - e foi dirigido por Victor Fleming. Ele conta a história de Scarlett O'Hara (Vivien Leigh), uma patricinha filha de fazendeiros na Georgia, estado no sul dos Estados Unidos em meados do século XIX (ou seja, prestes a Guerra Civil americana, que é representada no filme) que se apaixona por Ashley Wilkes (Leslie Howard). Este, porém, se casa com sua prima, Melanie Hamilton (Olivia De Havilland), iniciando um triângulo amoroso que dura o filme inteiro, sendo ainda completado por Rhett Butler (Clark Gable) que se apaixona por Scarlett (tornando um quadrado amoroso?) Os dramas pessoais desses personagens são interrompidos pela chegada da Guerra Civil, que afeta a vida de todos (evidentemente).
  Uma das coisas que eu mais gosto do filme é o fato de ser um épico, gênero do qual não são mais feitas muitas produções. É um filme muito longo que acompanha vidas inteiras de seus personagens, tornando a história muito completa, sendo marcante a transformação sofrida por Scarlett: de uma moça privilegiada a uma mulher passando fome durante a guerra, até no final se tornar rica novamente. O relacionamento de Scarlett e Rhett também passa por uma evolução marcante, sendo como um ensaio sobre amor, relacionamento e tempo.
  Os exageros do filme também não são à toa. O épico é de uma grandeza que continua a impressionar mesmo após 75 anos e depois de muitas mudanças tecnológicas na sociedade e na forma como os filmes são feitos. As cenas grandiosas, como o incêndio na escapada de Scarlett de Atlanta e a cena dos soldados feridos são impressionantes, além dos vestidos volumosos que se tornaram marca da moda de "...E o Vento Levou".
                         


  Outra característica interessantíssima a respeito do filme é a personalidade marcante de Scarlett. Eu gosto de pensar que ela é uma típica vilã de novela sendo a personagem principal de sua própria história. Ela divide opiniões entre os espectadores por ter furado o olho se casado com o pretende da própria irmã para conseguir dinheiro para pagar os impostos sobre a sua fazenda. É manipuladora e não faz questão de ter a amizade das outras personagens femininas da história. Tudo me faz concluir que é uma personagem cheia de defeitos, bem diferente de idealizações românticas e que, mesmo sem gostar dela, o espectador tem que admitir e respeitar a sua força para superar adversidades. O fato dela passar o filme inteiro (e a sua vida inteira) apaixonada por um homem casado também me faz perdoar um pouco as atitudes dela (só um pouco).
  O filme também tem controvérsias - o que é de se imaginar tendo sido feito na década de trinta e se passando durante a Guerra Civil no sul dos Estados Unidos. A película é frequentemente acusada de ser racista pela forma como os personagens negros, que na trama são escravos, são retratados. Ano passado, foi sugerido que o filme fosse banido pelo racismo e por retratar os confederados (os que durante a guerra ficaram do lado da escravidão) como bons e os "yankees" ( quem ficou contra a escravidão, que eram da região norte) como os inimigos. Eu considero que, para apreciar obras tão antigas, sempre se deve entender o contexto em que foi feita. Quase desisti de escrever este texto quando pesquisei "...E o Vento Levou" e racismo no google até me deparar com um texto que me pareceu ter uma visão muito sensata: negar o filme por ele nos lembrar da escravidão não resolve nada e não nos ajuda a superar o racismo. Também vale lembrar que atuação da atriz Hattie McDaniels como Mammy rendeu o primeiro prêmio Óscar a uma pessoa negra.
  
A bitch face da Scarlett.

A atriz Hattie McDaniels no papel de Mammy.

  Então, o filme retrata amores não correspondidos, superação, perdas pessoais, relacionamentos e basicamente a passagem do tempo nas vidas de uma geração inteira, tendo tudo para que quem o assiste se identifique com seus personagens e sendo envolto de glamour antigo hollywoodiano atualmente tão resgatado pela cultura pop. Um verdadeiro clássico imortal.


  
  
  

  

domingo, 29 de novembro de 2015

Preconceito cinematográfico


  Ano passado, mais ou menos nesta mesma época, saiu uma lista dos atores mais lucrativos naquele ano. Claro que todos os atores da lista estavam envolvidos em algum blockbuster, Jennifer Lawrence estava no topo da lista por causa de "Jogos Vorazes - A Esperança, parte I" e "X-Men - Dias de um Futuro Esquecido" lançados no ano passado, seguida por Scarlett Johansson devido a "Capitão América - Soldado Invernal" e "Lucy" e a lista ainda tinha Chris Pratt por "Guardiões da Galáxia" e vários atores envolvidos em alguns dos maiores lançamentos do ano. O que me chateou foi ler nos comentários deste link que "o mal gosto é universal", "não entende como esse(a) fulano(a) faz sucesso", já considerando todos os filmes e seus atores mencionados na lista ruins. É claro que alguns filmes arrecadam bilhões e bilhões de dólares e são ruins, porém, o que é irônico é que a maioria dos filmes desta lista eram bons, "Guardiões da Galáxia" é um filme excelente! Assim como "X-Men - Dias de um Futuro Esquecido", o terceiro filme de "Jogos Vorazes" e o segundo capítulo de "Capitão América" (apesar de eu o achar um herói chatíssimo, o segundo filme da franquia está longe de ser um filme ruim).
  Este é só um exemplo da forma elitista que algumas pessoas veem o cinema, muitas pessoas só consideram arte as obras de Fellini, Truffaut, Bergman, etc..Ou os filmes independentes, ou os que são indicados ao Óscar. Assim que veem um filme sobre super heróis ou baseado em um livro infanto-juvenil de sucesso já acham que a história é idiota, os atores são ruins e as pessoas só os fazem pelo dinheiro. Tem até um nome para eles (ou ausência de um nome): eles não são "filmes sérios".
  Esta expressão "filme sério" é uma das mais idiotas que poderia existir. Para começar, os "filmes sérios" são do gênero drama, uma comédia ou um filme de ação não são "filmes sérios". Se você rir e se divertir, então não está vendo um "filme sério". É uma noção muito antiquada, lembrando a forma como os gregos valorizavam a tragédia em detrimento da comédia, para eles a tragédia "enobrece" e por essa razão a comédia sempre era apresentada antes das tragédias, como um "show de abertura". 
  Esta noção não é exclusiva do público, as próprias pessoas que trabalham com cinema muitas vezes expõe essa visão, como o diretor Alejandro G. Iñárritu que por meio do seu filme "Birdman" e em declarações se mostra muito crítico aos filmes de super herói, separando-os da "verdadeira arte". Em resposta, o diretor de "Guardiões da Galáxia" James Gunn escreveu um post no facebook dizendo:  " O que me incomoda um pouco é que muitas pessoas assumam que porque você faz filmes grandes, você coloca menos amor, carinho e atenção neles do que quem faz filmes independentes ou os filmes que são considerados mais sérios por Hollywood." Para mim está é uma ótima argumentação que diz que os filmes blockbuster tem o mesmo potencial de serem bons e são feitos com o mesmo cuidado e seriedade do que os "filmes sérios".
  Além de tudo, e o que eu acho que seja o melhor argumento para esta discussão é que você deve valorizar um filme pelo que ele propõe, não adianta querer de um filme de super herói a profundidade dos personagens dos filmes de Bergman quando o forte deles serão as cenas de ação e o carisma de seus personagens. O que os filmes de ação e aventura oferecem que os diferenciam dos outros gêneros é um universo de criatividade que envolve seus espectadores, fazendo-nos sonhar sobre Hogwarts, a Terra Média e como seria ter super poderes.

"The Knick"


  "The Knick" é uma série do canal pago americano Cinemax transmitida no Brasil pelo canal pago Max, criada por Steven Soderbergh. A série narra o cotidiano do hospital Knickerbocker em Nova York no começo do século XX. O personagem principal interpretado por Clive Owen em ótima atuação, Dr. John Thackery, é um cirurgião brilhante que sempre contribui com os conhecimentos sobre medicina da época com descobertas e inovações, porém, é viciado em cocaína e ópio. Após o suicídio do diretor de cirurgia do hospital, Thackery é efetivado ao cargo e a diretoria do hospital força a contratação do cirurgião Algernon Edwards (Andre Holland) como vice-diretor de cirurgia, um médico extremamente qualificado mas que sofre discriminação racial por ser negro.
  A série ainda não tem um grande público no Brasil, mas é muito boa, as cenas em que os personagens executam cirurgias são incríveis, o enredo interessantíssimo apresentando as diferenças da época para os dias de hoje (os atrasos da medicina, o fato de que cocaína era usada como anestésico e heroína usado no tratamento de dependentes químicos (what?! (você leu certo))). Além de tudo, conta com ótimas atuações de Clive Owen, Andre Holland e Eve Hewson, que interpreta uma jovem enfermeira e na vida real é filha de Bono Vox! E uma parte técnica incrível, figurinos, cenários e fotografias maravilhosos, como toda produção de época que se preze.


  Outros personagens importantes para a história são os administradores do hospital, que procuram atender uma clientela rica e tentam manter a qualidade do hospital, é muito interessante de se ver questões de conflitos raciais e ética médica inseridas na história, quando Edwards chega no hospital composto por médicos e pacientes brancos, ele abre uma clínica clandestina no porão do hospital para atender pacientes negros e também para poder exercer a profissão de médico, já que não era bem aceito pelos pacientes e os outros médicos do hospital. No sétimo episódio da primeira temporada, as tensões raciais chegam ao seu ápice quando a morte de um policial branco em uma briga com um negro gera inúmeros ataques a negros que ao serem admitidos no knick geram um motim ao hospital. 

 
Dr. Algernon Edwards interpretado por Andre Holland.

Herman Barrow, interpretado por Jeremy Bobb, administrador do hospital, e Cornelia Robertson, interpretada por Juliet Rylance, diretora de bem-estar social do hospital.
  
  Quanto a ética médica, é de se supor que na época em que a série se passa não existia um consenso sobre o que era certo ou errado para um médico fazer (apesar de algumas escolhas tomadas pelos médicos da série serem obviamente erradas) e assim testes eram feitos em pacientes e cadáveres eram usados para experimentos científicos sem autorização dos familiares (é até uma espécie de mercado negro na série, a venda de cadáveres), inclusive um desses testes em pacientes resulta na morte do mesmo. Dentro das atividades convencionais para a época, os métodos são interessantíssimos de se observar, quando uma paciente procura uma cirurgia para reconstituir seu nariz o procedimento requer que seu braço fique atrelado ao seu rosto, já que a pele usada para o novo nariz vem do braço, a elaboração do rosto da atriz sem o nariz por CGI (imagem gerada por computador) também é muito bem feita, ficando bem crível. 




   Então, está produção ainda sub reconhecida já tem vários motivos para merecer a atenção dos fãs das séries de TV, por ser uma série médica e de época gerando um enredo original que acompanhado de uma produção feita com esmero a torna uma série imperdível! Curiosidade: os primeiros episódios da primeira e da segunda temporadas estão disponíveis com legenda e na íntegra no canal do Max no youtube. É o canal do link abaixo.




quarta-feira, 4 de novembro de 2015

22 Melhores trilhas sonoras e temas do cinema.

  Alguns temas de filmes são tão marcantes que quando ouvidos lembram imediatamente a trama e os personagens do seu filme. Como pensar em Tubarão sem se lembrar do tum-tum-tum que tortura o público com tensão? E o que dizer sobre Let It Go que ficou na ponta da língua de todo mundo depois do sucesso de Frozen? Aqui vai uma lista dos temas marcantes e também daquelas trilhas sonoras belíssimas e envolventes.

O Poderoso Chefão




  A música tema de O Poderoso Chefão, além de marcar o filme e o subgênero de máfia como um todo, é uma bela música composta por Nino Rota e conduzida por Carlo Savina.


Rocky


  
  Este tema grita "superação", o que querer mais de um tema de filme do que a "musificação" da mensagem do filme?

Psicose



  Além de ser uma das maiores obras primas do suspense, o clássico de Hitchcock ainda conta com um dos temas mais marcantes e assustadores.

Tubarão




  Só de ouvir esta música já dá medo! Composta por John Williams, também compositor da trilha sonora de E.T.- O Extraterrestre, Star Wars, Jurassic Park e da maioria dos filmes da franquia Harry Potter.


E.T. - O Extraterrestre



  A linda história de amizade entre um extraterrestre e uma criança terráquea não teria um final tão emocionante sem este lindo tema!


Star Wars


  Ainda vamos ouvir muito esta música até dezembro, que como tudo em Star Wars, marca a cultura pop.

De volta para o futuro



  Quantos telejornais tocaram esta música no último dia 21 para prestar homenagem à trilogia De Volta para o Futuro? É uma música muito empolgante, sempre me lembra as cenas em que o Marty McFly anda de skate (com ou sem rodinhas) e quanto os filmes são divertidos.

O Exorcista

  O que é muitas vezes considerado o melhor filme de terror de todos os tempos só poderia ter um tema que acompanha o sentimento de suspense e de misticismo do filme.

Indiana Jones
  
  Mais um desses casos de música tema que captura o sentimento de ação e aventura de um filme e fica conhecida pela sua associação com o filme.

A Lista de Schindler

  A emocionante história verídica de Oskar Schindler contado no igualmente comovente drama de Segunda Guerra de Steven Spielberg conta com uma belíssima trilha sonora instrumental composta pelo violinista Itzek Perlman.


Pulp Fiction: Tempo de Violência

  Os filmes de Tarantino sempre têm suas trilhas sonoras elogiadas, destaco a de Pulp Fiction com a música de abertura (do vídeo acima) Misirlou de Dick Dane e a ótima Girl, You'll be a woman soon de Urge Overkill, que rende uma ótima cena de dança com a Uma Thurman.

Guardiões da Galáxia 



  A trilha sonora retrô de um dos sucessos recentes da Marvel surpreendeu ao colocar o álbum oficial no topo das paradas gringas. Hooked on a feeling do Blue Swede (que fica na cabeça de todo mundo) além de Cherry Bomb de The Runaways, I'm not in love de 10cc e I Want You Back do Jackson 5 são algumas músicas que fazem parte desta envolvente homenagem às músicas da década de 70. 

A Primeira Noite de um Homem


  A dupla Simon & Garfunkel, que fez muito sucesso na década de 60, compôs a trilha deste filme. A icônica cena final ficou marcada pela famosa música Mrs. Robinson da dupla, que foi regravada várias vezes, inclusive pelos Beatles.
  
(500) Dias com Ela

  Um filme altamente hipster com uma trilha sonora cheia de músicas indie fofas! Tem de The Smiths a Carla Bruni.

O Fabuloso Destino de Amélie Poulain





    Com um acordeão que sempre lembra a Montmartre do filme, a trilha sonora de O Fabuloso Destino de Amélie Poulain é cheia de músicas meigas e sensíveis como a personagem do filme.

Frozen


    O grande sucesso desta animação se deve muito às músicas incríveis cantadas por estrelas da Broadway como Idina Menzel, que dá voz a Elsa.

A Pequena Sereia



  Em nome de todos os desenhos animados dos quais as canções aprendemos a cantar na infância A Pequena Sereia entrou nesta lista. As animações da Disney rendem músicas maravilhosas e suas adaptações em português são tão boas quanto, como Aqui no mar, versão de Under the Sea.

Orgulho e Preconceito




  Orgulho e Preconceito é um exemplo de um filme que além do ótimo roteiro e das ótimas atuações conta com uma parte técnica incrível com ótima fotografia, figurinos, locações e, claro, trilha sonora. As músicas são tocadas em piano e foram compostas por Dario Marianelli, tocadas por Jean-Yves Thibaudet.

Jane Eyre



  Outra obra de Dario Marianelli, este adaptação do romance de Charlotte Brontë dirigida por Cary Joji Fukunaga também é um filme completo com seu roteiro, atuações, figurinos e fotografias de qualidade. As músicas instrumentais são bem dramáticas acompanhando o tom da história.

O Grande Hotel Budapeste



  A vencedora do Óscar de melhor trilha sonora este ano é um trabalho meiguíssimo de Alexandre Desplat que só poderia ser de um filme de Wes Anderson!

Cisne Negro



  Esta trilha sonora não foi composta originalmente para o filme, pois traz as belíssimas canções compostas por Tchaikovsky para o ballet no século XIX. Errata: Cisne Negro possui uma trilha sonora original, sim, ela foi composta por Clint Mansell, que se baseou em Tchaikovsky, além das músicas do próprio compositor russo usadas no filme.

Harry Potter


  Os filmes de Harry Potter sempre tiveram ótima produção técnica, tendo sido a música de muitos filmes composta por John Williams, já mencionado nesta lista e conhecido pela sua parceria com Steven Spielberg. Uma das minhas prediletas é Buckbeak's Flight de Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, que é tocada na bela cena do vídeo acima.

Anexo!

Os Embalos de Sábado à Noite


  Ao ritmo de Bee Gees, este clássico da era da discoteca tem uma das trilhas sonoras que melhor representa um momento da cultura pop. Além das dançinhas de John Travolta, claro.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Filmes esperados.

  O ano de 2015 está chegando ao fim, mas os fãs de cinema ainda tem muito o que esperar deste final de ano e já antecipar de 2016. A temporada do Óscar já começou e ainda tem filme blockbuster querendo se garantir na lista de maiores bilheterias do ano (007, Star Wars e Jogos Vorazes). Então aqui vai uma lista de filmes para prestar atenção!

Star Wars: O Despertar da Força. Data de lançamento: 17/12.



  Esta semana saiu um aguardadíssimo trailer de Star Wars, que inicialmente foi anunciada como teaser, mas foi mesmo um trailer completo com direito a vários personagens e esclarecimentos da trama que deixaram os fãs muito empolgados! E com razão, pois o trailer é muito emocionante, até quem não é fã da saga consegue se empolgar para ver o filme. Apesar de Star Wars ser um marco na cultura pop, a nova franquia tem a responsabilidade de conquistar seguidores nas novas gerações, marcadas pelas franquias Harry Potter e Jogos Vorazes, então o primeiro episódio traz muita curiosidade para o que mais a aventura especial pode trazer às telonas.

Jogos Vorazes: A Esperança- O Final. Data de lançamento: 18/11.



  E por falar em Jogos Vorazes, o capítulo final da franquia já foi inclusive apontado por uma pesquisa como mais aguardado do que Star Wars: O Despertar da Força *, o que chegou como uma surpresa considerando a força, desculpe o trocadilho, que Star Wars sempre teve devido a sua enorme base de fãs. Este franquia pode se consagrar com o sucesso deste último filme como uma das grandes franquias do cinema, tanto em sucesso de público quanto de crítica, já que Jogos Vorazes (2012), Jogos Vorazes: Em Chamas (2013) e Jogos Vorazes: A Esperança- Parte 1 (2014) foram todos bem recebidos pelo público e pela crítica.

A Garota Dinamarquesa. Data de lançamento: 25/02/16.



  Este é um filme que aquece as apostas para o Óscar. Com um diretor já premiado pela Academia, Tom Hooper, que venceu o prêmio em 2010 por "O Discurso do Rei" e um ator também já premiado, Eddie Redmayne, venceu este ano por "A Teoria de Tudo", é o tipo de história comovente que leva o público ao cinema e os votos da Academia. O filme conta a história de Lili Elbe, conhecida como a primeira transsexual que existiu, uma das personagens representadas na trama é a esposa de Lili,
Gerda Wegener, que a apoiou durante a transição e é interpretada pela atriz sueca Alicia Vikander. A atuação de Vikander, pela crítica especializada que já pode conferir o filme no Festival de Toronto e no Festival de Veneza, é o verdadeiro destaque do filme, apesar do também elogiado desempenho de Eddie Redmayne.

O Regresso. Data de lançamento: 04/02/2016.


  Novo filme de Alejandro G. Iñárritu, que venceu o Óscar este ano pela direção de Birdman, O Regresso promete o mesmo estilo contínuo e sem cortes do filme que premiou o diretor. Desta vez com mais ação, o filme conta a história verídica de Hugh Glass (Leonardo DiCaprio) que vai tentar a sorte no Oeste dos Estados Unidos, mas acaba ferido e abandonado pelo seu parceiro interpretado por Tom Hardy. Filmado na Argentina, as atuações que exigiram muito fisicamente dos atores prometem um show de intensidade na tela.

Os 8 Odiados. Data de lançamento: 07/06/2016.



  Só de ouvir o nome Tarantino, os aficionados por cinema já ficam ansiosos. O novo filme do diretor vai ser um faroeste e tem no seu elenco Samuel L. Jackson, Kurt Russell e Jennifer Jason Leigh. O filme se passa durante uma nevasca que une os personagens e os envolve com caçadores de recompensa e outros criminosos. De Tarantino, sempre temos muito a aguardar.

007 Contra Spectre. Data de lançamento: 05/11.




  Sob fortes rumores de que esse é o último filme de Daniel Craig como Bond, o novo filme sobre o espião inglês está muito perto de sua estreia. Com a atitude inovadora de escalar Monica Bellucci aos seus 51 anos como bond girl, apesar de também contar com Léa Seydoux como reforço no filme, a franquia cinquentenária sempre conta com um bom desempenho de bilheteria. Mas não há nada garantido neste ano tão propício às grandes produções, o filme deve conta com Christoph Waltz para fazer um bom vilão e cenas de ação emocionantes para se garantir entre as maiores bilheterias do ano. O elenco também conta com Ralph Fiennes, Ben Whishaw e Andrew Scott.

Aliança do Crime. Data de lançamento: 12/11.



  Aliança do Crime é mais um filme de mafia, porém aposta no diferencial de ter Johnny Depp na atuação que vem sido considerada a sua melhor nos últimos anos. O filme conta a história verdadeira de Whitey Bulger, um notório criminoso americano irmão de um senador. Além de Depp, outros nomes do elenco são Joel Edgerton, Benedict Cumberbatch, Dakota Johnson, Kevin Bacon, Peter Sarsgaard e Corey Stoll.

À Beira Mar. Data de lançamento: 03/12.





  Filme que reúne Angelina Jolie e Brad Pitt nas telas, após Sr. e Sra. Smith, que iniciou a relação dos dois há onze anos. Também é dirigido e escrito por Jolie, e foi descrito por ela como um projeto "muito pessoal", conta a história de um casal em crise que se hospeda em um hotel na França. Mélanie Laurent também está no filme.

Steve Jobs. Data de lançamento: 28/01/16.



  Nova cinebiografia sobre Steve Jobs, dirigida por Danny Boyle (Quem quer ser um milionário?) e escrita por Aaron Sorkin (A Rede Social, The Newsroom), promete ser um filme mais controverso do que Jobs (2013), devido ao estilo de Sorkin de escrever histórias sobre mentes brilhantes e conturbadas. Michael Fassbender interpreta o visionário americano, apesar de não ter nenhuma semelhança física com ele, vem sido elogiado pela crítica nos festivais em que o filme foi apresentado. Kate Winslet, Jeff Daniels e Seth Rogen também fazem parte do elenco.

Joy: O Nome do Sucesso. Data de lançamento: 21/01/16.


  Novo filme do David O. Russell com seus atores prediletos formando o elenco: Jennifer Lawrence, Bradley Cooper e Robert De Niro. Conta a história de superação de uma inventora que conciliou o desenvolvimento de sua carreira e ser mãe solteira. Um possível queridinho da Academia como vem sido os últimos filmes de Russell: O Lado Bom da Vida (2012) e Trapaça (2013).

Carol. Data de lançamento: 14/01/16.


  
  Estreando em Cannes este ano com grandes elogios as atuações de Cate Blanchett e Rooney Mara, o filme dirigido por Todd Haynes conta a história de amor entre a jovem Therese (Rooney Mara) e a elegante Carol (Cate Blanchett). Um filme de época com uma história bem moderna, e bastante cheiro de Óscar.






* Pesquisa publicada pela Variety: http://variety.com/2015/film/news/star-wars-the-force-awakens-hunger-games-mockingjay-box-office-1201600785/ 

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

"A Travessia" e a incrível história de Philippe Petit



  
   Não tenho o costume de ler a crítica de um filme antes de assisti-lo, mas acabei espiando o título de uma crítica de "A Travessia" que descrevia o filme como "uma homenagem a um artista". Tive dificuldade em pensar em Philippe Petit, cuja a história eu conheci com o documentário "O Equilibrista", como artista. Minha definição de artista estava muito ligada às artes tradicionais, o pintor, o dançarino, o músico, o cineasta.. Algo que eu não admito com muito orgulho.
  A história de Philippe Petit contada no filme "A Travessia" (The Walk), dirigido por Robert Zemeckis (Náufrago, Forrest Gump) é a de um jovem equilibrista francês que sonha em "pendurar seu cabo" entre as duas torres do maior edifício de seu tempo, As Torres Gêmeas do World Trade Center. Interpretado por Joseph Gordon-Levitt falando ótimo francês e fazendo um ótimo sotaque francês nas cenas em inglês, sua atuação passa todo o entusiasmo insano de Philippe Petit, apesar do ator não ter nenhuma semelhança física com Petit.

                       À esquerda, Joseph Gordon-Levitt, à direita, o verdadeiro Philippe Petit.

  O 3D do filme pode parecer desnecessário em muitas cenas, mas nas cenas da famosa travessia adiciona muito ao sentimento de vertigem que o público sente. O feito de Petit é o tipo de história que nos provoca o mais profundamente, pois faz nós nos perguntarmos se seríamos capazes de algo que só pode ser chamado de belo, como os próprios personagens do filme descrevem, "perigoso, suicida, mas belo", sendo assim arte, não só arte, mas uma grande obra de um grande artista. A maioria de nós chega à conclusão que não teria coragem de fazer o mesmo, ou com certo orgulho despeitado, "ele é um louco, eu que zelo pela minha vida, não faria isso", ou com um pouco de decepção, que admito ser o meu caso. Como uma pessoa viciada em filmes, sempre gostei de imaginar que faria de tudo, ir para o espaço mesmo com o perigo de ficar vagando perdida como Sandra Bullock ou esquecida em Marte como Matt Damon até ir para a Faixa de Gaza em nome de alguma missão, mas olhando para Petit eu concluo: "eu não posso", nós não podemos, mas ele pode, e é isso que faz um artista.



              
          O verdadeiro Philippe Petit preso após a façanha como mostrado no filme.
 
                                            
A verdadeira travessia.

  Um ponto negativo do filme talvez seja uma romantização excessiva, que sendo uma história tão extraordinária não é problema em grande parte do filme, com exceção do final. Na vida real, Philippe Petit, Annie (Charlotte Le Bon) e seus cúmplices se separaram depois da travessia mais devido ao orgulho de Petit por ter se tornado uma espécie de celebridade instantânea do que por terem seguido seus próprios caminhos como é apresentado no filme. É um final realmente agradável, mas deixa de problematizar o fato de que, às vezes, um ato de grandeza não é seguido por um final feliz e harmônico.
                                   




quarta-feira, 30 de setembro de 2015

60 anos da morte de um ícone: James Dean.

  Quando assisti "Juventude transviada" três anos atrás, o filme marcou a minha adolescencia. O que foi seguido por uma caça interminável por todas as fotos já tiradas de James Dean na internet (hoje acho que já vi todas as fotos que existem dele!). Não demorou muito para eu descobrir que a minha "Deanmania" não era incomum, Dean marcou a sua geração e todas que a seguiram até chegar à minha de hipsters retrófilos que usam maquinas de escrever e o tão famoso penteado de Dean.
                                                        Poster de "Juventude transviada".
                                                       Um modelo com penteado inspirado em Dean.
 
  O que explica o duradouro sucesso de um ator que morreu aos 24 anos e estrelou apenas três filmes? Para começar a explicação, vamos voltar a falar de "Juventude transviada", o papel que mais marcou a carreira de Dean, com sua icônica jaqueta vermelha, o personagem de um adolescente procurando seu lugar no mundo tem sido um símbolo com os quais jovens têm se identificado pelas últimas seis décadas. Somado à frase sempre atribuída a jovem estrela de cinema: "Sonhe como se fosse viver para sempre, viva como se fosse morrer hoje" (Dream as if you'll live forever, live as if you'll die today).Martin Sheen disse sobre James Dean: "Quando eu estava na escola de atuação em Nova York, havia um dizer que se Marlon Brando mudou a forma das pessoas de atuarerem, James Dean mudou a forma das pessoas de viverem", e eu acho que isso resumo tudo, ícones juvenis marcam as nossas vidas, mesmo se nós não possamos nos lembrar quando ficamos mais velhos, Dean sobreviveu à prova do tempo e deixou de ser uma "modinha" para se tornar uma lenda da cultura pop. Não posso me esquecer de comentar que Dean não foi só uma personalidade rebelde ou um ator de um papel só, seus três filmes lhes renderam prestígio como ator, com duas indicações ao Óscar, por "Vidas Amargas" e "Assim Caminha a Humanidade", infelizmente, póstumas.


                                          Dean em "Assim caminha a humanidade".

                                         Com Julie Harris, em "Vidas Amargas".